Software desenvolvido pelo TJTO e DPE para verificar o nível de acessibilidade de documentos PDF's recebe o nome da filantropa Dorina Nowill

Data: 18/05/2022

Autoria: Samir Leão

 

Em um ato de reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Dorina de Gouvêa Nowill, falecida em 29 de agosto de 2010, que trabalhou intensamente para a criação e implantação de instituições, leis e campanhas em prol das pessoas com deficiência visual e teve seu trabalho diversas vezes celebrado e premiado, o presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), desembargador João Rigo Guimarães, e Cristiano Humberto Nowill, filho da senhora Dorina Nowill, assinaram um termo de autorização do uso do nome de Dorina em um  software.

Denominado “DorinaPDF”, o programa será  utilizado para verificar o nível de acessibilidade de documentos PDF’s, sendo realizada a leitura do documento, a extração do texto, inclusive utilizando do Reconhecimento Ótico de Caracteres (OCR), e a análise se o PDF possui um nível mínimo de acessibilidade para ser utilizado pelo sistemas de leitura de telas dos usuários que possuem dificuldades visuais.

“Esse é um momento importantíssimo para o Judiciário tocantinense. Parabéns aos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto. Estou muito grato em fazer parte disso, pois temos aqui um braço do nosso programa Justiça para Todos, que visa fomentar uma justiça mais inclusiva e acessível. O DorimaPDF é uma janela dessa acessibilidade e com um alcance social imensurável. Honrado com  presença de todos e ainda mais feliz em saber que o projeto carrega o nome da Dorina. Temos uma homenagem justa a uma pessoa que lutou e dedicou sua trajetória para oportunizar transformações na vida das pessoas com deficiência visual”, destacou o presidente do TJTO.

Lembrança

Durante o evento, o filho de Dorina Nowill, Cristiano Humberto Nowill, lembrou da trajetória de sua mãe e como essa homenagem vai o encontro das lições que ela defendeu em vida. “Estou honrado com a presença nesse evento. Como a história de vida da minha mãe mostra as pessoas com deficiência precisam ter condições para que assim possam desenvolver direitos básicos, entre eles o acesso à justiça. Para quem tem deficiência visual e faz parte do sistema de justiça, esse programa certamente é revolucionário e provoca efeitos de autonomia, uma bandeira levantada por minha mãe. Estamos agradecidos com a lembrança e feliz pelas pessoas que serão beneficiadas com a ferramenta”, comentou.

Fundação

Em sua fala, o superintendente executivo da Fundação Dorina, Alexandre Manck, pontuou que a entidade para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico, que há mais de 70 anos tem se dedicado à inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão. “Uma das formas como fazemos isso é por meio da produção e distribuição gratuita de livros em braille, falados e digitais acessíveis, diretamente para o público e também para cerca de três mil escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil. Também oferecemos, gratuitamente, serviços especializados para pessoas cegas e com baixa visão e suas famílias, nas áreas de educação especial, reabilitação, clínica de visão subnormal e empregabilidade”, ressaltou.

DorinaPDF

O Projeto Dorina, que pode ser acessado por meio do link, é um produto do Programa de Pós-Graduação em Modelagem Computacional da Universidade Federal do Tocantins, em conjunto com a Escola de Magistratura Tocantinense (Esmat), desenvolvido em parceria entre o TJTO e Defensoria Pública do Tocantins, através dos servidores Ângelo Stacciarini Seraphin (TJTO) e Jhonatas Henrique de Lima Mota (DPE-TO).

“O objetivo é proporcionar aos diversos operadores dos sistemas administrativos e jurídicos, sendo eles deficientes ou não, uma ferramenta de analise textual capaz de identificar o nível de acessibilidade do documento PDF. Além disso, o projeto de código aberto é voltado para utilização em multiplataforma e multissistemas de integração com o deficiente visual que careça de análise prévia do documento a ser juntado em ecossistemas jurídicos e administrativos”, comentou o diretor de Tecnologia da Informação do TJTO, Ernandes Rodrigues, que pontuou ainda que o projeto DorinaPDF se junta a outros programas e iniciativas do TJTO, como a ferramenta Tanatose, com vistas a modernizar todo o sistema de prestação jurisdicional da Corte.

Fonte: Escola Superior de Magistratura Tocantinense

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