O ChatGPT e seus impactos no Direito
Data: 05/06/2023
Autor: Leandro Ramos
É importante reconhecer que a inteligência artificial não substitue, e nem substituirá, determinadas expertises de um advogado. A IA é, sim, uma poderosa ferramenta, mas a interpretação das leis e a análise dos casos, além do importante aconselhamento jurídico, ainda dependem do julgamento e da experiência humana.
Como um profissional de marketing, acho fundamental e necessário acompanhar as mudanças nos cenários de negócios, assim como estar atento às novidades tecnológicas, especialmente com relação as inovações que podem impactar o setor de atuação dos meus clientes. Uma das tendências mais recentes e promissoras para o futuro é o uso de chatbots de inteligência artificial generativa, que podem ser utilizados na área do Direito para diversas funções.
Tecnologias como o ChatGPT têm o potencial de revolucionar a forma como os escritórios de advocacia lidam com seus clientes, automatizando processos e rotinas repetitivas, o que permite que os advogados se dediquem integralmente às tarefas mais complexas e estratégicas de seu dia a dia.
Um exemplo de como a inteligência artificial pode ser útil no Direito é a triagem de clientes: com uma ferramenta de inteligência artificial (IA) bem treinada é possível coletar as primeiras informações necessárias que vão definir se a banca tem as habilidades necessárias para atendê-lo. Este processo pode economizar tempo e garantir que os advogados estejam dedicados a trabalhos mais complexos e de alto valor agregado.
Outra aplicação que pode ser interessante para o uso do ChatGPT dentro de escritórios de advocacia é na redação de contratos. “Basta” um modelo bem treinado para garantir que seja gerado um contrato padrão com base nas informações fornecidas pelo cliente. Isso pode garantir economia de tempo para os advogados, que atuariam apenas na customização deste trabalho.
A inteligência artificial também já tem um papel importante na área do Direito: análise de documentos legais. Com um software treinado, é possível analisar grandes volumes de materiais em pouco tempo, identificando informações importantes e padrões que seriam dificilmente detectados manualmente.
Outra aplicação interessante é a previsão de resultados judiciais, com base em dados históricos e outras informações. Com este material, é possível utilizar algoritmos de aprendizado de máquina para “prever” o resultado de um caso com uma precisão surpreendente, o que pode ajudar os advogados a tomarem decisões mais acertadas acerca da melhor estratégia para seguir em um determinado caso.
Outra das maneiras pelas quais a inteligência artificial pode ser útil é na pesquisa jurídica. Advogados frequentemente precisam realizar buscas complexas em bases de dados jurídicos extensos para encontrar jurisprudências, doutrinas e legislações aplicáveis aos casos de seus clientes. O ChatGPT pode agilizar esse processo ao fornecer informações relevantes de forma rápida e precisa, permitindo que os advogados acessem uma ampla gama de conteúdo jurídico em questão de segundos.
No entanto, é importante reconhecer que a inteligência artificial não substitue, e nem substituirá, determinadas expertises de um advogado. A IA é, sim, uma poderosa ferramenta, mas a interpretação das leis e a análise dos casos, além do importante aconselhamento jurídico, ainda dependem do julgamento e da experiência humana.
É essencial que os advogados se mantenham informados sobre as leis e as regulamentações para que sejam sempre capazes de discernir e avaliar criticamente as informações fornecidas pelos chatbots, por mais bem treinados que sejam. É preciso lembrar que a atual versão do Chat GPT (em junho de 2023), o GPT-3.5, conta com uma base de dados que foi treinada apenas até setembro de 2021, o que significa que as informações que ele fornece nem sempre são as mais atualizadas.
No entanto, em conclusão, acredito que essa tecnologia tem o potencial de trazer muitos benefícios para a área do Direito, tornando-a mais acessível, eficiente e justa para todos. Estou animado para acompanhar a evolução desta ferramenta dentro dos escritórios nos próximos meses e anos.
Fonte: Migalhas